terça-feira, dezembro 24

O Natal de Manuel

Hoje é o o dia daquele corre-corre. Arrumar todos os detalhes que faltam para a comemoração do Natal. Por aqui, é o segundo Natal do pequeno. E, com certeza, o primeiro que haverá muita bagunça por parte dele. ;)

Desejo a você, amigo do Caminhando, um Natal vivido na presença do Mestre Jesus. Que todo dia seja um recomeço, seja vivenciado o amor do Pai por cada um de nós. Desejo uma renovação na vida, dos planos, objetivos, metas, conquistas... porém, sei nunca esquecer do valor verdadeiro do Natal: nascimento de Cristo. Deixe o Cristo nascer em sua vida. Permita a Sua entrada e verá que sua vida se transformará!

Um Feliz Natal para todos!

E como tudo por aqui termina em uma história... Compartilho uma linda e sensível conto da querida Ana Maria Machado. Recebi de uma outra querida, a Marília Tresca.




O Natal de Manuel
Ana Maria Machado

André estava ajudando a mãe dele a arrumar a sala para a festa. Armaram o presépio. Penduraram bolas na árvore. Enfeitaram as portas. Pintaram os vidros da janela.
Tudo para o Natal.
E André quis saber:
- Mãe, que é Natal?
 - É a festa do nascimento do menino Jesus.
Mas antes que ela explicasse mais, a campainha tocou.
Tia Marta e tio Waldemar estavam chegando. Ele estava muito contente e disse:
- Minha loja está cheia de gente comprando coisas.
Vou faturar firme. Natal é um tempo ótimo para ganhar dinheiro.
Mas tia Marta não parecia contente.
 Estava era muito cansada. Sentou numa poltrona, tirou os sapatos, pediu um copo d´água e falou:
- Esse negócio de comprar presentes me mata.
Natal é um inferno. André ouviu aquilo e ficou pensando.
Não estava entendendo nada.
Saiu da sala e foi para o quintal.
No corredor, ouviu a irmã mais velha falando no telefone:
- Estou louca para chegar logo o Natal, para eu usar meu vestido novo.
E na cozinha, no meio de uma porção de formas e panelas, a cozinheira reclamava:
- Eu não aguento mais. Todo Natal é esta trabalheira...
Cada vez André entendia menos. Ainda bem que Henrique estava brincando na calçada. Henrique era o primeiro aluno da classe, sabia sempre todas as lições, respondia a tudo.
Devia saber. André resolveu perguntar:
 - Henrique, que é Natal?
- É a capital do Rio Grande do Norte. Mas Tião, o filho do porteiro do prédio ao lado, corrigiu: - Natal era um cara lá de Madureira, que ajudou muita gente.
Ele era da Portela, mas já morreu.
Lá dentro, um anúncio no rádio gritava:
 - Aproveite o Natal e troque sua geladeira! E depois:
- O Natal é um presente que você trabalhou para merecer.
 É... O Natal de Henrique e o do rádio não podiam ser o mesmo.
Enquanto André pensava, viu que a avó vinha chegando.
Depois de lhe dar um beijo, ela perguntou:
- Você está se portando direitinho, André?
 Amanhã é Natal, dia de menino bonzinho ganhar presente.
André resolveu perguntar ao pai, de noite, quando ele chegasse do trabalho. E ouviu isto:
 - É um dia ótimo, feriado. Não tenho trabalho. Antes de dormir, André ficou deitado, pensando naquilo tudo. A cabecinha dele lembrava todas aquelas coisas: Natal é o nascimento de Jesus.
É um tempo ótimo para ganhar dinheiro.
É dia de ficar em casa sem trabalhar. É uma trabalheira. É um presente. É um inferno.
É hora de trocar a geladeira. É um homem lá de Madureira, É a capital do Rio Grande do Norte. É dia de botar vestido novo. É dia de menino bonzinho ganhar presente.
No dia seguinte, André resolveu falar com Manuel.
É que Manuel era o maior amigo dele, colega na escola pública, um menino muito pobre, filho de dona Maria e de seu José, marceneiro e biscateiro que morava na favela ali perto.
 - Manuel, eu queria descobrir o Natal de verdade.
- Natal é o que a gente acha que é.
Cada um tem o seu, de um jeito diferente.
Para você, Natal é o que, André?
 - Sei lá... Um dia de estar todo mundo junto, alegre, Uma festa.
- É isto mesmo. Mas tem alguns segredos. - Já sei, Precisa ser bonzinho...
 - Nada disso. Precisa é ser bom. Bom mesmo.
 Emprestar brinquedos para os outros.
Não maltratar os animais. Não bater em menino menor.
- Em maior pode?
- Às vezes, pode, que nem no outro dia, quando o João queria quebrar a bicicleta da Tereza e você não deixou.
Mas o melhor é descobrir sozinho os segredos do Natal.
Então André convidou:
- Você não quer vir com seus pais passar o Natal lá em casa conosco?
Manuel deu um sorriso muito maroto, de quem estava aprontando alguma brincadeira:
- Querer, quero. Mas nós vamos estar muito ocupados hoje... Não posso prometer. Quer dizer, não vou, mas vou. E os dois se despediram.
De noite, começou a festa, linda. Uma porção de coisas gostosas em cima da mesa.
Uma porção de presentes junto da árvore.
Uma porção de gente chegando, sorridente, de roupa nova.
Os avós, os tios, os primos, os irmãos, os amigos.
Só Manuel não chegava com dona Maria e seu José. Todo mundo ria e estava alegre.
Começaram a comer e a beber em volta da mesa.
Mais tarde, cada um deu presentes para os outros e foi muito divertido.
André pegou logo uns carrinhos e foi brincar perto de onde estava armado o presépio.
Então ele lembrou que aquela festa toda era por causa do nascimento do menino Jesus.
E começou a conversar com o aniversariante, que estava quietinho lá no presépio, deitado na palha perto de São José e de sua mãe, Maria.
- Como é, Jesus, está gostando de sua festa?
Sabe de uma coisa? Eu nunca tinha reparado, mas você é a cara do Manuel...
Aí o menino Jesus do presépio piscou o olho para André, e deu aquele mesmo sorriso maroto do Manuel.
André sabia que não era sonho, que não era porque estava tarde e ele também já estava piscando. Era porque Manuel tinha vindo mesmo ao Natal dele.
E André ficou ainda mais feliz.
E aprendeu então o segredo do Natal.
Aprendeu que Natal é um dia de festa, mas não é muito diferente dos outros dias.
Quem é interesseiro o ano todo, continua interesseiro no Natal.
Quem é resmungão, continua resmungão. Quem é invejoso, também.
Quem só pensa em comer, só vê comida.
Quem gosta das pessoas fica feliz porque todo mundo está alegre junto.
E quem é bom e quer encontrar o Natal de verdade pode até descobrir que o menino Jesus é um amigo da gente.







Até a próxima!
Elaine Cunha

terça-feira, dezembro 17

Arrastão da Alegria: Natal 2013

"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar."
 (Rubem Alves)



Sim, sim. Meu coração dizia para onde eu devia voltar. E sabe para onde? Para o hospital! Para o Arrastão da Alegria!! (Você não sabe do que estou falando? Clica aqui para você entender melhor!)

Ainda não foi para contar histórias para os pequenos não. É bem verdade! Mas foi para festejar o Natal que está chegando! Uips!!! Gente, a última vez que participei foi em junho de 2012. Eu ainda estava grávida do pequeno! Olha o tempo que faz. Deu para entender o motivo de tanta saudade, não é? 

Saudade mais do que justificada. Minha razão de viver está com 1ano (passou tão rápido!) que agora estou retomando as minhas outras paixões. Contar histórias é uma delas. Então, tô na área, pessoal!! 

E vou te confessar... Saudades demais daquela energia! Daquela troca de olhares agradecidos! Olhares das crianças, admirados por  ouvir um bando de contadores de histórias cantando músicas natalinas. ( Ainda bem que somos contadores de histórias, porque acho que poucos de nós faria parte de uma cantata!) Como também surpresos pelo kit natalino que receberam que foi preparado com tanto amor e carinho. Desta vez, o kit continha livros, desenhos e um brinquedo. Resumo este dia com algumas palavras:  
Saudades - Gratidão - Felicidade.

Somente o Pai Celeste para nos proporcionar um momento ímpar assim. Digo de coração. Só quem participa desta ação entende a minha emoção. Não estou dizendo que esta ação é única no mundo, não. Lógico que não. E que bom que não seja. Quanto mais pessoas do bem se movimentando, cria-se a "Corrente do Bem". Porém, é porque tem um sentimento tão intenso, mexe tanto comigo. Que só o Pai Celeste para saber a profundidade disto tudo. Eu não tenho palavras para descrever tudo isto. 

Então, se não consigo por em letras... coloco em imagens.. Que falam por si só. 
Com vocês, Arrastão da Alegria de Natal! 




Contadores de Histórias Darcy Vargas e seus livros.


Até a próxima!
Elaine Cunha