segunda-feira, agosto 30

Já pensou em ESTUDAR uma história?

Na minha busca por capacitação, fiz a oficina “Arte de Contar Histórias”, com a Paula Negrão. A proposta inicial da oficina foi mostrar que o contador pode fazer a sua narrativa sem apoio do livro. Contar histórias ainda é difícil para mim com livro, imagina sem ele?

Você se lembra que fiquei pensando em qual livro escolher para levar pro hospital? Caso não, clica aqui. Foram exatamente este pontos que a Paula levantou na oficina. Ela falou da importância de estudarmos a história para conhecermos bem seu conteúdo. Porque assim, a história sai naturalmente. Ela fez um roteiro mais ou menos assim, segundo indicação do livro da Regina Machado*
1-    Escolha histórias que você goste de ouvir e contar. (Este eu aprendi direitinho!)
2-    Comece com histórias curtas.
3-    Leia várias vezes a história para ter certeza que você a conhece bem.
4-    Com o um caderno de estudo, identifique personagens, cenários, conflitos, desfecho, onde se passa a história.
5-    Use os cincos sentidos na história: olfato, audição, visão, paladar e tato.
6-    Identifique no conto, onde você pode fazer uma entonação melhor, brincar com as palavras. Mude a voz, se possível. Fazendo com que a criança se transporte para aquele ambiente.
7-    Leia muitos contos. A leitura te dará material para te ajudar na construção da tua história.
8-    Imagine, crie seu próprio ambiente. Usando a sua experiência, a história ficará mais significativa.
 

Pensando em tudo isso, lá fui eu sentar e estudar a história. Escolhi CINDERELA. Segui o fluxo proposto pela Paula: Onde(cenário) -> Três dificuldades (normalmente os contos tem) -> Desfecho -> Emoção do personagem principal.  

Simples não é? Não para quem nunca fez! Confesso que nunca pensei que fosse necessário fazer um fluxograma, com todas estas etapas, para contar história. Que dificuldade!

Foi um tal de faz, não tá bom, apaga, faz de novo. Ufa! Saiu. Poucas linhas, poucas palavras, mas me senti uma vitoriosa. Tinha minha CINDERELA em tópicos.

Depois que fiz meu fluxo entendi uma comparação da Regina Machado no seu livro. Ela compara a história a um trem. Cada vagão é importante na história. Se um vagão for retirado, o trem pode sair dos trilhos. É preciso identificar cada vagão. Este estudo da história além de um exercício de compreensão inicial do conto, é também um exercício de memorização.

Ah, no tópico 5 do fluxo descrito acima, tem assim:
"Use os cincos sentidos na história: olfato, audição, visão, paladar e tato."

Ficou pensando em como fazer isso? Para exemplificar a Paula fez uma dinâmica divertidíssima. Como ela mesma me contou, ela aprendeu essa dinâmica com Luciano Pontes de Pernambuco, quando ele ministrou uma oficina no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias no Rio de Janeiro.

Então, ela pediu para tirarmos os nossos sapatos e deixarmos no meio da sala. 



Cada um pegaria um par que não fosse o seu. Depois de contar a história do sapato, tentar descobrir quem era o seu dono. Pegar o seu não tem graça nesta brincadeira. 

Quer brincar comigo? Olha o teu sapato e pensa agora.
Por onde ele andou? Característica marcante dele? Tipo de sapato (bota, tênis, sandália)? Cor? Novo ou usado? Usa em que ocasião? Coloca a tua cuca pra funcionar! Solta a imaginação!

Eu te digo somente uma coisa: nunca mais olhei para um sapato da mesma forma! Eu escolhi um tênis e disse que ele era igual ao Toddynho: meu companheiro de aventura. E ainda descobri quem era a dona dele!

E você, o que pensou? Conta tua história para mim. Quero muito saber de você.

Até a próxima!

Elaine Cunha


*Acordais- Fundamentos Teórico-Poéticos da Arte de Contar Histórias
Autor: Regina Machado
Editora: Difusão Cultural do Livro
ISBN: 8573389699


sexta-feira, agosto 27

Dicas para o Final de Semana!!!

Ficar em casa no final de semana jogado no sofá e a criançada louca para fazer alguma trela? Não dá, não é? Aproveite que o tempo aqui em Sampa é de continuar quente. Não se esqueça da importância de se hidratar porque a umidade não está para brincadeira!

Escolha um passeio e vá! Conte-me depois!

Programação Infantil!

Reestreia sábado, no Teatro Eva Wilma, a peça Branca de Neve Não Mora Mais Aqui - que conta como é que o anão Dunga "se virou" sozinho em casa após seus amigos saírem de férias e Branca de Neve se casar com o príncipe.

O musical Era Uma Vez - Into the Woods, inspirado no conto dos irmãos Grimm, estreia hoje no Teatro Brigadeiro.

Gratuitamente a partir de sábado, o Itaú Cultural apresenta o especial Dança para Crianças, que mostra com poesia como momentos de felicidade se escondem em elementos simples da vida.
 

A partir de sábado, no Teatro Paulo Eiró, Celise Melo apresenta o show infantil Cantando Histórias com Celelê e Amigos. João e Maria, livre adaptação do libreto de Hansel und Gretel, acontece a preço popular neste sábado no SESC São Caetano.

Neste final de semana, Fábio Freire apresenta o espetáculo gratuito Palavra Vista, que diverte as crianças por meio de jogos e percussão corporal.

A peça gratuita Quem Tem Medo de Curupira? estreia neste sábado no Teatro Popular do SESI.
Pequenos Palhaços é uma obra divertida e emocionante voltada para o público infanto-juvenil que estreia sábado no Teatro Bibi Ferreira.

O clássico O Pequeno Polegar tem uma apresentação gratuita neste sábado na Livraria Nobel e Vanilla Caffe Perdizes.

Nesta versão adaptada e remodelada da história de Shakespeare, Othelito chega ao Teatro Cacilda Becker neste sábado.

O musical infantil O Lobo Bobo será apresentado no Clube Hebraica a partir de domingo.
Numa noite de lua cheia, dois curiosos encontram uma mala com um Diário Malassombrado. Domingo, a preço popular no SESC Itaquera.

A preço popular, A Bailarina e a Palhaça - é Hoje que Eu Danço será apresentada domingo no SESC Interlagos.
 
Buuu! a Casa do Bichão será apresentada domingo no SESC Osasco gratuitamente.
Gigante, espetáculo que passa em um pequeno vilarejo onde estranhos fatos acontecem, será apresentado domingo no SESC Santo André a preço popular.

Domingo, no SESC Pompeia, acontece gratuitamente um Sarauzinho Musical.

Um releitura de Cinderela será apresentada domingo no Teatro Municipal Padre Bento Guarulhos.

Fonte:  Sampa online



Até a próxima!  


Elaine Cunha

quarta-feira, agosto 25

Hoje é dia!

Você se lembra a época de escola? Eu adorava quando chegava aquelas festas de datas comemorativas, sabe? Carnaval, São João, Dia do Índio, 7 de Setembro. Era uma verdadeira farra!

Eu lembro bem de uma data especial. 25 de agosto. O que se comemora neste dia? Tic-tac, pensa um pouco. Lembrou? Isso mesmo! Dia do Soldado. Estudei quase minha infância toda no Colégio Rosa Gattorno, no bairro do Rosarinho no Recife. Adorava quando fazia chapéu e espada de papel e ficava marchando que nem uma barata tonta: “Marcha soldado, cabeça de papel. Quem não marchar direito, vai preso pro quartel. O quartel pegou fogo, a polícia deu sinal. Acode, acode, acode a bandeira nacional”

Sabe o que é mais legal no dia do soldado? É o aniversário de flor do meu jardim: minha mãe!

Mãe hoje não estou pertinho de ti fisicamente para te dar um abraço, um beijo, meu carinho por mais um ano de vida. Mas receba este presente. Feito com simplicidade e muito amor.

Flor dedico esta música a ti!

Um beijo com gostinho de brigadeiro.

Feliz Aniversário!

De sua florzinha!
Elaine Cunha

Minha Mãe – A Turma do Balão Mágico

Hoje é um dia tão especial
Pra você
Que não dá pra esquecer
Em vez de comemorar eu queria te agradecer
Por tudo o que me fez
Você me viu nascer, crescer e andar
E a cada passo meu cuidava de mim
Me ensinou tudo o que eu sei
E muito mais
E agora é hora de dizer o que aprendi
Minha mãe
O que passou por mim ninguém vai passar
Minha mãe
Eu sei o que sofreu por mim sem reclamar
Você daria a vida por mim
Só pra me defender
Faria qualquer coisa por mim sem se arrepender
Esse é o dom de amar que Deus te deu
Minha mãe
Valeu pelo carinho e atenção
Minha mãe
Valeu do fundo do meu coração
Pra você o seu maior presente fui eu
Então saiba que pra mim nós somos iguais
Pois você é o melhor dos presentes que Deus me deu
Mãe eu te amo demais

Você me viu nascer, crescer e andar
E a cada passo meu cuidava de mim
Me ensinou tudo o que eu sei
E muito mais
E agora é hora de dizer o que aprendi
Minha mãe
O que passou por mim ninguém vai passar
Minha mãe
Eu sei o que sofreu por mim sem reclamar
Você daria a vida por mim
Só pra me defender
Faria qualquer coisa por mim sem se arrepender
Esse é o dom de amar que Deus te deu
Minha mãe
Valeu pelo carinho e atenção
Minha mãe
Valeu do fundo do meu coração
Pra você o seu maior presente fui eu
Então saiba que pra mim nós somos iguais
Pois você é o melhor dos presentes que Deus me deu
Mãe eu te amo demais

domingo, agosto 22

Como escolher um livro?

Você já ficou em  uma livraria em frente a uma variedade de livros sem saber qual escolher para presentear seu filho, sobrinho ou neto? E se na livraria a atendente te indicar livros que você nem gosta da capa?  Difícil saber naquele momento qual livro é adequado por idade, não é?

Acho que foi pensando nisso que a Revista Crescer faz há alguns anos uma lista dos melhores lançamentos dos livros infantis do ano. Eu recebi por email a lista deste ano de 2010, já que sou cadastrada para receber a newsletter da revista. Curiosidade matou o gato, diz o ditado popular. E fui matar a minha curiosidade pesquisando as listas passadas.

Alguns livros indicados nas listas, eu tive o prazer de ler ou de ouvir as histórias por contadores mais experientes, durante as palestras de capacitação do Viva. E alguns dos títulos que me marcaram tanto que fui à livraria ler.

Só para você ter idéia, quarta-feira passada, ao voltar de uma consulta médica, fui ao shopping almoçar. Resolvi entrar em uma livraria tipo mega-store. Esta livraria tem um espaço para criança. Estava no lugar certo! Entrei, procurei ficar no cantinho, bem escondidinha. Escolhi o meu puff para me sentar e lá fiquei. Peguei alguns títulos e fiquei ali lendo. Sozinha! Rindo, divertindo-me, viajando sentada. 

E como uma boa contadora-aprendiz, anotei os “dados da minha pesquisa de campo”.  A minha lista de livros desejados só faz aumenta. Hum, preciso de uma parceria com alguma editora. Porque, infelizmente, livros ainda são caros. 

Na livraria presenciei um momento mágico. Uma mãe entrou com seu filho de,  no máximo, 6anos. Ele escolheu um livro e pediu para ela ler. Fiquei maravilhada ao ouvir aquela mãe contando a história para seu filho. Que momento ímpar para aquela criança, não? Por que será que momentos assim não se repetem muito? Você conta histórias para seus filhos, sobrinhos, netos? Como é este momento para vocês?

Cada dia que se passa tenho mais certeza que ler para uma criança é como viver uma história. É respirar com ela. Tudo isso porque a história revela à cada pessoa, o seu momento, o seu contexto. Uma experiência completamente única. Por isso, algumas histórias nos tocam mais do que outras.

Ficou interessado em conhecer a lista da Crescer deste ano? Clica aqui

Fica a dica!


Até a próxima!
Elaine Cunha

segunda-feira, agosto 16

Quem quer ouvir histórias hoje?

Hoje foi meu segundo dia de treinamento no hospital.

Ao arrumar minha sacola literária para levar ao hospital, fiquei pensando em alguns tópicos importantes para um contador-aprendiz.


- Dentro do meu acervo de livros, quais histórias eu mais gosto de ouvir? Quando eu gosto de ouvir, certamente será boa de contar.
- Quais histórias eu estou me sentindo segura para contar? Nada de ficar gaguejando na hora H, não é?
- Quais livros eu posso levar que vão agradar de cara meu público? A “Rádio Peão” já falou quais os livros campeões de bilheteria, os mais pedidos.
- Existe diferença da escolha do livro para meninos e meninas?Acho que sim.



Peguei meus poucos livros e fiquei analisando os títulos, histórias e possíveis ganchos que eu poderia usar. Pensando em tudo isto, decidi quais livros levar.


Assim que cheguei ao hospital, minha tutora Suzana já estava me esperando. Mostrei meus títulos para saber se fiz uma boa escolha. Afinal, aprendiz é aprendiz.


Seguimos para a ala pediátrica. Hoje eram apenas 3 meninos. Eu pensei: “minha escolha de livros com princesas já era”.


Todos a postos, começou a contação! E advinha quem começou a contar a primeira história?


Eu! Euzinha mesmo! Escolhi o livro Eu sou o Rei por ser um livro bem divertido, colorido, e história bem legal. Nossa, minha estréia foi fantástica!


Parecia que estava no quintal de casa brincando com meus primos pequenos. Os meninos interagiram demais comigo. A cada página virada, uma exclamação de alegria. Quando eu percebi, já estava contando Pinóquio, Cinderela, e pasme, Até as princesas soltam pum.


Como assim? Meninos quiseram ouvir a história! Meu paradigma que princesa é só pra menina foi para água abaixo!


Acabado meu estoque de livros, as minhas colegas usaram suas sacolas literárias e fiquei ouvindo com muito prazer as histórias de hoje.


Percebi que os livros que permitem interação da criança fascinam. São os livros animados. Os três meninos já conheciam o livro Penelope na escola. Porém, todos quiseram ouvi-lo novamente. E eu descobri o porquê. Simplesmente porque neste livro eles ajudam a Penelope a descobrir como misturar as cores para desenhar, apagar a lousa, brincar no escorregador, dançar com os amigos, apagar as velas do bolo da festa do aniversariante, como também cuidar dos peixes vermelhos que vivem no aquário da classe.

Minha lista dos desejos está crescendo. Estes livros animados já estão nela.


Acabei minha visita pensando: “É tão bom quando uma criança prefere ouvir a tua história a ir a Brinquedoteca. Quando a criança te conta um pouco dela. Quando a criança que está ali tomando soro nem se dá conta de que a enfermeira entra na sala para trocar sua medicação. É tão bom quando esta mesma criança te conta que a tartaruga não é o rei. Que o Rei é o Leão! Que a princesa mora num castelo, come comida diferente da nossa, mas que é igual a nós porque solta pum".


E a melhor frase do dia: "Tia, conta outra história para mim?"


Agora só me resta esperar a nova visita, munida de mais livros. Pode deixar!

Até a próxima!


Elaine Cunha




Penelope Na Escola
Autor: Eduardo Brandão, Georg Hallensleben, Anne Gutman
Editora: Cia Das Letrinhas
ISBN: 8574062006

Até as Princesas soltam pum
Autor: Ilan Brenman
Editora: Brinque Book
ISBN: 9788574123134


Eu sou o Rei
autor: Leo Timmers
Editora: Brinque Book
ISBN:  9788574122892

"Quem conta um conto aumenta um ponto"

Desde que comecei a enveredar no mundo da contação de história, descobri que, além da criatividade, preciso também de capacitação, claro!

Pensando nisso, inscrevi-me na oficina oferecida pelo Viva. Pensei que numa oficina teria mais contato com este mundo ainda um pouco distante para mim. 

Dentro de tantas opções de oficinas, escolhi "Quem conta um conto aumenta um ponto", com a Maria Cecília Ferri.

Foi um a noite bem agradável. Reecontrei os contadores Paulo e o José Carlos, que estiverem no meu primeiro Sarau, e a Marília Tresca que conheci nas palestras de capacitação. Conheci outros contadores mais experientes como a Dora, Dark, Margareth. E também, os treinandos Paula, Sergio e Ruth. Este encontro pode ser resumido numa palavra que foi utilizada muitas vezes num programa de humor: MARA! Afinal, trocar experiência e dicas é sempre muito bom.

Ao entrar na sala, eu estava como uma criança curiosa: olhando tudo ao redor. E para satisfazer minha curiosidade, sentei e fiquei me apropriando do ambiente. Tinha uma longa mesa com um cenário. Tinha castelo, mar, árvores, casinha no meio da floresta e um cavalo. Fiquei me perguntando o motivo do cavalo ser o único personagem à mostra.


Começando a oficina, a facilitadora acendeu a chama da contação: "a vela perfumada" . Você sabia que antigamente as contações eram realizadas à noite ao redor de uma fogueira? Este simbolismo de”acender a chama” parecia ser para que a porção criança de cada um aflorasse. E deu certo! Fiquei ali esperando ansiosa para descobrir qual história teríamos.

A noite começou mais ou menos assim: “Nossa história de hoje é sobre o Babioca, o cavalinho medroso”. Pronto, minha dúvida foi esclarecida. Babioca era aquele cavalo que estava só no castelo. Ela continuou: “Babioca tinha medo de barata, rato, lagartixa... mas o que ele tinha mais medo era de dragão!” Surgiu um dragão vermelho na mão da Cecília, num vôo rasante pelo castelo. Com meus olhos fixos no Babioca, fiquei ali sentada, quietinha, escutando e torcendo por ele durante todo o tempo.

Fiquei tão encantada com aquela forma de contação: interação com os personagens, surgindo no cenário à medida que eles apareciam na história.

O momento mais alto da história foi quando o Babioca recebeu seu saquinho mágico feito com ervas aromáticas e lutou contra o dragão o dia todo. Afinal, ele já não era o mesmo agora. Ele era corajoso e valente.

Ao final da história, ficaram algumas perguntas no ar. “Do que você tem medo? “ Você se lembra primeira vez que sentiu este medo?” “Do que você já teve medo e superou?”

Confesso que minha porção criança ficou muito feliz nesta oficina. Ouvi uma história sobre coragem, pintei meu Babioca e o seu cavaleiro com tinta guache, incrementei meu desenho com hidrocor, fiz meu dragão com retalhos de pano e ganhei meu próprio saquinho mágico. Virei criança novamente.


Ao voltar para meu lar, pensei com meus botões:
Da próxima vez que eu for dirigir meu carro, vou pegar o saquinho mágico do Babioca e seguir. Quem sabe, a coragem não entra em meu coração?

Escute aqui a história do Babioca, o cavalinho medroso.



Até a próxima!
Elaine Cunha

Fotos: Marília Tresca e Elaine Cunha
Título: Babioca, o cavalinho medroso
Autor: Mary Veen
Editora: Orientação Cultural

sábado, agosto 14

Sexta-feira 13?

Ontem foi sexta-feira 13.  Segundo a crença popular, o dia 13 quando cai em uma sexta-feira  é “Dia de Azar”. Existem algumas teorias sobre o assunto e a mais forte dela, segundo o Guia dos Curiosos é que Jesus foi crucificado numa sexta-feira e eram  13 pessoas  na sua última ceia (Ele e os 12 apóstolos).  

Você sabia que, aqui na cidade de São Paulo, existe uma proibição feita pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) que não pode ser adotado gato preto neste dia? Pois é, o CCZ acredita que assim os gatos são poupados de possíveis rituais de magia negra. Assustador, não é?  

Qual melhor programação numa sexta-feira, 13?  Benzer-se com alho pendurados no corpo? Banho de sal grosso? Ir à festa estilo Halloween? Que nada. Ir a 21ª Bienal Internacional do Livro!!  

Como era uma sexta-feira, dia do rodízio do nosso carro, fui de metro. Maridão me deixou na estação Vila Madalena e lá fui eu. Para chegar à estação Tietê, eu tive que fazer baldeação em algumas estações. No caminho até lá, vi que muitos estavam fazendo o mesmo percurso que o meu. Estávamos indo ao mundo da leitura!  

A Bienal do livro em São Paulo é um evento que acontece a cada dois anos. Este ano, a Bienal conta com 350 expositores nacionais e estrangeiros. Livros para todos os gostos e bolsos!  Olha eu chegando ai, gente!  

  

Cheguei à Bienal  um pouco mais de 16h. Fiquei intrigada. Tinha tanta gente fantasiada! Aí lembrei que quem estivesse a caráter, bem sexta-feira 13 mesmo, não pagaria a entrada. Vi de tudo: monstros, bruxas, fadas, princesas (as preferidas das meninas). Encontrei  Princesa Encantada, Sherlock Holmes, Hobin Hood e Dom Quixote.


Andei bastante pelos corredores, cheios de livros e muitas oportunidades de encantamento.    

A Bienal tem espaço para todos os públicos: espaço do professor, espaço gourmet, espaço de exploração da Discovery Kids, entre outros. Como não podia faltar, muita contação de histórias!  Lá, tive a oportunidade de ouvir o contador Carlos Severo, como também conhecer a Andrea Nogueira  - ambos contadores do Viva.     


Fiz um passeio por “O livro é uma viagem” do Instituto Pró-Livro.  Entrei num castelo onde os personagens ganham vida, saltando da história! Lá encontrei o Príncipe-sapo, a Emília, a Alice e o Dom Quixote.


Parei em algumas editoras e sai fazendo minha sacola literária.  Lembra que eu disse que precisa fazer minha sacola? Foi na Bienal que tudo começou! Olha só o que comprei:    

Bom, ir à Bienal é diversão garantida. Vá com tempo e disposição para andar, de preferência sapato bem confortável. Afinal, uma próxima oportunidade igual a essa, somente em 2012!

Para saber como chegar lá, acesse aqui.   

Até a próxima,  
Elaine Cunha



Fotos: arquivo pessoal

segunda-feira, agosto 9

9 de agosto é uma data familiar para você?


Você sabe o que já aconteceu no dia 9 de agosto?
Neste dia nasceu o Jean Piaget, cujas teorias de desenvolvimento são estudadas até hoje. Tivemos a inauguração da Capela Sistina em 1843; o líder indiano Gandhi foi preso por forças britânicas em 1942; em 1997 morreu Hebert de Souza, o Betinho. No calendário litúrgico da Igreja Católica, celebra-se a festa de Santa Edith Stein. Hoje também é dia internacional dos povos indígenas.  Algumas pessoas podem ainda achar que nada de especial ocorreu no dia de hoje. Não eu!

Nove de agosto de 2010 é uma segunda-feira. Sabe aquela segundona que é o dia nacional da dieta? Dia de colocar a casa em ordem depois de um final de semana cheio de visitas; cozinhar para a família; recomeçar trabalho como também a faculdade. Para alguns, ainda pode ser uma segunda feira bem odiada, como é para o Garfield. Não para mim!
Hoje o dia começou com um “quê” de diferente. Aqui em Sampa, amanheceu um dia nublado, cizento, frio, ventando demais, gelando tudo e todos e os mais desavisados. Não para mim!

Eu acordei sentindo o calor do sol a me invadir, o som dos pássaros na minha janela, meu bonsai com folhas novinhas, vi um lindo céu como nas pinturas do Monet. Qual seria o motivo de tanta felicidade?

Hoje, segunda-feira,  9 de agosto de 2010, meu primeiro dia no hospital. Já diria o Rei Roberto Carlos: “são tantas emoções”.  Conheci minha tutora Suzana, que me apresentou ao mundo da contação na ala pediátrica do Hospital Cotoxó. A bem da verdade, hoje foi o dia de apenas  conhecer o ambiente. Acompanhei minha tutora, fiquei como ouvinte. Fomos a uma sala onde já tinhas algumas crianças brincando. Quando elas ouviram a frase mágica: “Vocês querem ouvir uma história?”, o portal foi aberto. Naquele momento, meu mundo parou, esqueci que estava num hospital. Meu único objetivo de ir até lá estava estampado nos olhos daquelas crianças. Prazer da Leitura!

Ouvi a contação do livro "Os três lobinhos e o porco mau". É isso mesmo! O mau esta vez era o porco. Ele tinha uma cara tão brava que fazia até medo.  (Leia aqui).

Como os pequenos curtiram! Vi um brilho no olhar daquelas crianças nunca visto. Foi tão gratificante ouvir a história. Ficar ali olhando como, a cada página virada, vinha a alegria e o encantamento de quatro crianças. Percebi que, naquele momento, não importa quem estava ali há mais tempo, sua enfermidade, sua idade. Nada disso. Crianças são crianças, não importa onde elas estejam. O prazer maior delas é ter alguém ali para interagir, nem que seja por apenas duas horas.

Meu papel como contadora começou a ser escrito. Pois tenho certeza de que saí da ala pediátrica mais feliz do que entrei. Como também, as crianças ficaram mais felizes do que estavam.

E não acabou não! Saí de lá com meu dever de casa: preciso da minha sacola literária. Tem que ser bem bonita e bem caprichada. Você pode me ajudar?

Até a próxima!
Elaine Cunha


Livro: Os Três Lobinhos e o Porco Mau
Autor: Eugene Trivizas
Editora Brinque Book
ISBN: 978-85-85357-48-1

domingo, agosto 8

Eu tenho minha caixa. E você?

Imagem: www.google.com


Hoje é um dia muito especial. Domingo Dia dos Pais.

Eu me pergunto sempre por que um único dia para dizer: “Eu te amo”, “Você é importante para mim”, “Obrigado por tudo”, para o pai que sempre fez tudo pelos filhos. Ah, isso não está certo!

Mas também, nem todos conseguem sair por aí falando aos quatros cantos do mundo, não é? E se for feito eu que na hora H não sabe o que falar? Ai que difícil!

Nas minhas andanças à procura de livros para contação, parecia que o título de um livro estava escrito em neon.  Parecia com o pisca-alerta ligado, na lista de livros indicados para meu repertório. Fiquei tão curiosa pelo título que fui procurar o livro "O homem que amava caixas", do Sthepen King.  Fala sobre um menino que amava o pai e de um pai que amava caixas. Como assim? O pai que amava caixas? Ficou curioso? Eu fiquei!

Sentei-me e fui ler. Livro de uma beleza singela, um belo acabamento, letras grandes, ilustrações coloridas e bem extensas . Mostrava um pai magro e alto. Tive a sensação de que o pai era algo inatingível para o filho. Um filho sempre brincando longe do pai. Até que de repente, no meio da história, comecei a rir. Internamente, já estava com cara de boba dizendo pra mim mesma.. "oh, que lindo!"

Quando terminei de ler, pensei em mim. Quantas vezes eu liguei no meio do dia para dizer a alguém especial que eu estava com saudades? Quantas vezes eu escrevi um recadinho numa página de relacionamento, um simples: "Oi, estou aqui"? Quantas vezes eu dou um abraço bem apertado quando eu revejo uma pessoa que estou ser ver a muito tempo? Quantas vezes eu fui à cozinha preparar uma comidinha gostosa para esta pessoa?

Redescobri que demonstrar o amor não é apenas dizer “Eu te amo” mas sim vivenciar o amor em todos os momentos, de todas as formas. Eu já encontrei a minha. Espero que você encontre a sua também. Se não encontrar ainda, faça como aquele homem, faça lindas caixas.

Dedico este post aos Pais, em especial ao meu pai Enio. 
Feliz dia dos Pais!

Até a próxima,
Elaine Cunha

Se quiser ler o livro, acesse aqui


sexta-feira, agosto 6

Expectativas de uma contadora de histórias... de primeira viagem!


Você sabe o que é um Sarau? Um sarau (do latim seranus, através do galego serao) é um evento cultural ou musical realizado geralmente em casa particular onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente. Um sarau pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música acústica e também outras formas de arte como pintura e teatro. (Fonte: Wikipedia)


E foi assim, num Sarau de Leitura, onde eu pude experimentar minha primeira contação de história. Éramos um grupo com 20 contadores em treinamento e 3 contadores mais experientes, cujo objetivo era  nos ajudar com dicas e observações importantes . Cada treinando teria o tempo de 3 minutos para a leitura do seu livro. Minha primeira tarefa, super difícil pra mim,  foi escolher qual livro ler. Eu pensei: “Preciso de uma história que me toque, que me traga alguma coisa boa”. Conhece a história do Pote Vazio, do Demi?  Resolvi que seria "A" história escolhida. Quando a li pela primeira vez,  fui  tocada pela honestidade, simplicadade na narrativa, sutileza nas palavras, mostrando-me a importância de fazer o melhor sempre.

Vesti-me com minha sensiblidade, joguei fora minha timidez  e lá fui eu. Em plena quarta-feira à tarde para meu primeiro Sarau. Chegando à sala deparei-me com outros contadores, no mesmo momento que o meu: primeira contação na frente de tanta gente, e não sabia como fazer. Sentei-me na cadeira e esperei. Ali sentada, tive um misto de sentimentos: alegria, insegurança, ansiedade... Aqueles pensamentos como: Será que farei certinho? Existe certo e errado na contação feita com emoção? Quanta expectativa!

Percebi que aquela ansiedade deu lugar a uma sensação de satisfação. Feito quando estudamos muito para uma prova e nos saímos bem, sabe? Ouvi histórias maravilhosas. Ri demais, viajei nos lugares mais distantes possíveis, lutei contra dragões, bufei como o lobo mau, voei no meu tapete mágico... até que decidi que era a minha vez de ler. Uau, coração acelerou, bochehas ruborizaram, voz trêmula...mas lá fui eu! Afinal, estava ali para contar a minha história. Respirei fundo e comecei. “Há muito tempo, na China, vivia um menino chamado Ping, que adorava flores. Tudo o que ele plantava florescia maravilhosamente. Flores, arbustos e até imensas árvores frutíferas desabrochavam como por encanto...”

Fui me soltando, interagindo, aproveitando aquele momento mágico. Mas no meio do caminho tinha uma pedra, já dizia o mestre Drummond. Sabe o que aconteceu? Estourei meu tempo! Isso mesmo, extrapolei meus únicos 3 minutinhos. Ai que frustação ouvir o sino tocar e o o contador me dizer: Pare, amiga. Você esgotou o seu tempo.

Nem preciso dizer que eu fiquei ruborizada novamente, não é? E minha história como ficou? Ficou sem fim. Como toda história tem sempre dois lados, descobri que tempo é tudo. Que o livro é apoio para leitura. E a mais importante de todas: melhor ser interrompida no treinamento do que no hospital, com a criança ao meu lado. Sai do meu primeiro Sarau convicta de que, naquele momento, fiz o meu melhor, como o Ping.

“A Leitura engrandece a alma”. (Voltaire)

Até a próxima!
Elaine Cunha

Interessou-se pela história? Leia aqui 

Indicação de livros do ouvi no Sarau

A Verdadeira História dos Três Porquinhos
Editora: Companhia das Letrinhas
Autor: JON SCIESZKA
ISBN: 9788574062457

    A Zeropéia
    Editora: Salamandra
    Autor: HERBERT DE SOUZA & BETINHO
    ISBN: 8528103323

      O grande rabanete
      Editora: Moderna
      Autor: TATIANA BELINKY
      ISBN: 8516032663
        O homem que amava caixasEditora: BRINQUE BOOK 
        Autor: Sthepen King  
        ISBN: 858535769X

          quinta-feira, agosto 5

          Caminhando e Contando

          Foto: www.google.com
          Desde que cheguei a São Paulo, não tinha achado nada com minha cara. Soube do trabalho da Associação Viva e Deixe Viver (http://www.vivaedeixeviver.org.br/) quando morava em Recife, mas somente aqui decidi, efetivamente, conhecer o trabalho de perto. Esperei um ano para a abertura das inscrições, pois só abrem em janeiro. Candidatei-me e esperei. 

          Eu tinha um objetivo claro em mim: ser contadora de história. 
          Quer saber o porquê a contação me encanta?

          Certa vez li que a arte de contar história é como um portal, que representa uma passagem para um lugar desconhecido. E mesmo  não tendo conhecimento prévio desse lugar, somos transportados para lá. Logo, o desconhecido passa a ser um lugar familiar. Linda a definição, não é?

          Aprendi durante as palestras da associação que sempre podemos fazer a diferença para alguém. A história ajuda a criar, imaginar, vencer obstáculos, superar conflitos. A criança poderá vivenciar novas possibilidades através da leitura. Qual, então, o papel do Contador?

          É ele quem leva todas essas possibilidades. Ele leva um final feliz!
          Aprendi, também, que não tenho como saber, nem como medir,o impacto causado na vida do outro pela história. De como a história irá impactar a minha pessoa. Só experimentando pra saber.

          Aqui vou eu Caminhando no mundo da contação de histórias e Contando como este desafio me faz crescer como ser humano.

          Até a próxima!
          Elaine Cunha