segunda-feira, julho 25

Uma pausa para renovar as ideias!

Nosso espaço estará completando seu primeiro ano de vida online.
Por isso, peço a você um momento de reflexão.

Uma pausa para renovação! Uma pausa para reconstrução!




Volto, em breve, com muitas novidades! Você me aguardará? 
Diz que sim, vai?! Diz para mim?


Até a volta!
Elaine Cunha

sexta-feira, julho 22

Os Contadores e suas histórias

Quando você pensa numa festa de formatura o que vem a sua mente? 
Anfitriões? Fila de entrada dos formandos? Flashes da máquina fotográfica? Papelzinho caindo do teto? Discurso do paraninfo?

Não na ni na não!

Nesta formatura teve foi muitas histórias! Afinal formatura de Contadores de Histórias é assim: recheada de alegria, música, história, história e mais história. Do começo ao fim!



Quer ver só? Clica no nome da história para abrir o link da história no perfil do blog no youtube, ok?



Formatura do Curso de Contadores de Histórias pela
Biblioteca Hans Christian Andersen



 



* Elaine Cunha narrando a história "O casamento da Dona Baratinha"




* Darci Giaquinto, Marlene Fernandes e Marcos Conceição narrando a história "A Menina e a Figueira"



* Francine Machado, Patricia dos Santos e Claudio Gomes  "A Gata que entrou em casa"


* Camila, Luciana e Thiery narrando  "As Palavras de Xeromõi"






* Maria Isabel Nogueira , Camila Okita e Marcílio de Jesus narrando  "A quase morte do Zé Malandro" 


* Célia Costa, Marli e João Vitale narrando "A Sopa de Pedra"

  


*  Mirian Vilela, Edileide Silva, Helena Conceição e Karina Ernane narrando a histórias "Os Três Príncipes"




*Ananda Fini, Maré Fontes e Daniel Almeida narrando "A tartaruga e a fruta" 




* Fabiana Daud e Raul dos Anjos narrando a história "A Sapa Casada"








* Lili Flor narrando a história  "O Bode e a Onça"


* Agradecimentos finais com Lili Flor e Giba Pedroza







Mais um ciclo se fechou! E com o ele, a certeza que subimos mais um degrau nesta caminhada no caminho encantado do "Era uma vez...".

E como disse o Giba ...
"Ao chegar em casa, deixe de fazer alguma coisa que você possa fazer depois. Desligue a televisão e o computador. Chame seu pai e sua mãe, sua tia, seu vizinho, sua vizinha ou quem te cria. Coloque todo muito sentado no chão da sala e conte uma história. Se você fizer isso uma vez, vai querer fazer dois e três. Porque contar e ouvir histórias faz muito bem a saúde!"



Queridos Contadores de Histórias pela Biblioteca Hans Christian Andersen. Obrigada pela aventura!
Parabéns a todos!


Até a próxima!
Elaine Cunha

quarta-feira, julho 20

Feliz Dia do Amigo!


Hoje é Dia do Amigo. 

Mas eu fiquei me perguntando se não já teria comemorado este ano. Até porque recebi vários emails em abril falando da data desta comemoração. 

Como boa geminiana que sou, saí em busca de algumas explicações. Fui pesquisar no site Wikipedia e sanei com minha dúvida. Olha só o que tem lá:

"O Dia do Amigo, celebrado a 20 de julho, foi primeiramente adotado em Buenos Aires, na Argentina, com o Decreto nº 235/79, sendo que foi gradualmente adotado em outras partes do mundo.
A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro. Com a chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, ele enviou cerca de quatro mil cartas para diversos países e idiomas com o intuito de instituir o Dia do Amigo. Febbraro considerava a chegada do homem a lua "um feito que demonstra que se o homem se unir com seus semelhantes, não há objetivos impossíveis".
Aos poucos a data foi sendo adotada em outros países e hoje, em quase todo o mundo, o dia 20 de julho é o Dia do Amigo, é quando as pessoas trocam presentes, se abraçam e declaram sua amizade umas as outras, na teoria. 
No Brasil, apesar de não ser regulamentada por lei, o dia do amigo é comemorado popularmente em 18 de abril. No entanto, o país também vem adotando a data internacional, 20 de julho, sendo inclusive instituída oficialmente em alguns estados e municípios."

Pois é... descobri que é comemorado em 18 de abril (eu não estava doida!) no Brasil e hoje, 20 de julho, em outros países. Pra mim, não importa a data. Importante é ter amigos que podemos chamar de amigos. E falo todos os dias: que bom ter você como amigo!

Assim, você leitor, que me acompanha aqui no nosso Caminhando e Contando, deixo meu presente. Uma história que ouvi pela primeira vez no curso na Biblioteca Hans, também de presente de aniversário, pelo contador de histórias Giba Pedroza.

Com vocês a história "Assim não dá, Tatu".



Ah, esta história e mais algumas estão aqui no site da Natura.


" Amigo é aquele que aquece e abriga a gente"

Feliz Dia do Amigo! 


Até a próxima!
Elaine Cunha



imagem: google.com

domingo, julho 17

A Dona Baratinha quer casar lá na Biblioteca Hans



Sábado, 16 de julho de 2011. Um dia comum para alguns. Não para mim! Um dia super hiper mega especial! Foi o dia da apresentação na Biblioteca Hans Christian Andersen.
 
Apresentação final no auditório para nosso grupo, familiares, amigos e convidados. Eu tive o prazer de ter a presença do marido, e mais ainda, o prazer de receber também meus pais que estão de férias aqui comigo. Que alegria!

Quando cheguei à biblioteca, percebi alguns dos amigos tensos. Afinal, para alguns, seria o primeiro contato real no mundo das histórias. Subir no palco, olhar a plateia e narrar a história não é tão simples assim. E esta tarefa não começou apenas no dia da apresentação. Por isso, levei a sério a preparação da história!

Primeira etapa seria escolhê-la. Poderia ser qualquer uma da tradição oral. Decidimos - sim, no plural porque estaríamos num trio para a apresentação - pela história "O Casamento da Dona Baratinha". E por se tratar da tradição oral, existem várias versões. Você já pensou nisso? Uma história e suas variações?

Com a história escolhida, precisava por a mão na massa. Como eu já te contei aqui, eu preciso sentí-la. Ela precisa entrar em meu coração para fluir naturalmente. Assim, lá fui eu para meus esquemas que me fazem pensar; onde eu organizo as minhas ideias, as minhas sensações. Fui fazer o estudo da história. E para organizar meu pensamento eu preciso sentir, ouvir, escrever, colar, cortar... Olha o que fiz com minha escolhida!



Com tudo pronto, só me restava esperar o grande dia. Este momento chegou. E chegou com um desafio ainda maior! Além de eu ter sido a primeira a contar a história, minhas companheiras não puderam comparecer. Assim, eu estava ali no palco "By my self".  Isso mesmo: eu, eu mesma e euzinha!

E foi assim a apresentação:





Após as apresentações do dia, recebi meu certificado de conclusão. Além de um presente lindo dos meus pais.



Giba Pedroza e Lili Flores, os mestres

Contadores de Histórias Hans Christian Andersen 2011

Espero que você tenha curtido, porque eu curti muito este momento. Como sempre, eu me diverti demais. Eu acredito que contar histórias, é assim:  presente de amor com a mais pura diversão! 

Um sábado para registrar no coração. Eu contei minha história e ouvi muitas outras. O dia foi espetacular!

Em agosto, teremos mais apresentações! Pode deixar que eu te aviso por aqui, ok? Só acompanhar!


Até a próxima! 
Elaine Cunha

sexta-feira, julho 15

Curso Básico Contador de Histórias 2011-2


Você já sabe que a Biblioteca Temática em Contos de Fadas Hans Christian Andersen tem curso básico de formação de contadores de histórias, não é?

As inscrições da nova turma, para o segundo semestre de 2011, começarão na próxima segunda-feira. Então, agenda aí e se prepara para ir à biblioteca. 

Curso Básico de Formação para Contadores de História
Carga Horária de 60 horas, 35 vagas
Aos sábados, das 9h às 13h, a partir de 13 de agosto.


Como participar:
Inscrições de 18 a 29 de julho, pessoalmente na Biblioteca.
No ato da inscrição, o interessado deverá preencher uma carta de intenção que será decisiva na seleção dos participantes, caso o número de inscrições ultrapasse o número de vagas. A divulgação dos selecionados será feita em 8 de agosto.

Maiores informações? Acompanha o site da biblioteca aqui.

Até a próxima!
Elaine Cunha

quarta-feira, julho 13

Fiquei apaixonada pelo Fonchito!

Lembra da promoção da história do Primeiro Amor que a Dadá, do Uma historinha por um dia, promoveu? Que eu escrevi como eu encontrei o meu amor, recorda-se? Não leu a história? Ah, acessa aqui. Agora sim, você já conhece a história!

Com a ajuda dos amigos, por apenas um único voto de vantagem, eu ganhei a promoção! Uips! Obrigada pelos votos,  pessoal!

Recebi meu prêmio, embrulhado num capricho só pela Dadá!




Quando eu abri minha encomenda, tinha os livros: "Fonchito e a Lua" e "O Baile do Menino Deus" e algumas caixinhas de giz de cera para a Campanha Corrente do Bem.



Quem disse que propaganda não cria necessidade de consumo é porque não conhece o amor da Dadá pelo Fonchito! Lógico que minha primeira ação foi lê-lo!l

Amor à primeira vista! Também fiquei apaixonada pela obra. A sutileza do amor, a forma como a história é conduzida é maravilhosa. É aquela história romântica super agradavél, onde você fica feliz com a surpresa do que o amor é possível realizar! E o final?  Surpreendente! Fiquei imaginando o que teria acontecido depois do "foram felizes para sempre", sabe?

Esperei uma visita minha ao hospital para levar o Fonchito para as crianças. Eu até o coloquei na bolsa na última quinta, mas... para minha alegria... não tinha crianças para desfrutar das maravilhas do livro. Coisa boa não ter tantas crianças hospitalizadas, não é?

Pois é... Assim, Fonchito voltou pra casa sem nem ter saído da minha sacola mágica. Mas tudo bem, teremos nossas oportunidades!

Até a próxima!
Elaine Cunha


segunda-feira, julho 11

Nova integrante na trupe!

Chegou a mais nova integrante da trupe do "Caminhando e Contando", a Galinha Pintadinha!



Eu acho que minha onda de sorte está no ápice! Isso porque eu  estava participando de um sorteio, na página oficial da Galinha Pintadinha no Facebook para ganhar duas pelúcias, com mais 1393 pessoas.  E eu ganhei uma! Uips! 


Fiquei feliz porque a Pintadinha é super querida no mundo infantil. Tô para ver uma criança que não goste de ouvir, brincar e dançar com a charmosa galinha. 

Aqui em casa, tem um vídeo dela que e sucesso total!
Olha aí: 



Na próxima visita ao hospital, a Galinha Pintadinha ganhará o mundo. Será que ela fará sucesso por lá? Tenho certeza!


Até a próxima!
Elaine Cunha

sexta-feira, julho 8

Quem tem medo do Dia de Vacinação?

Dia de vacinação é sempre um chororô, não é?

Pensando nisso, a Arlete (contadora de história-líder do nosso grupo) fez um pedido super hiper mega especial a querida Dadá, do Uma Historinha por Dia. Escrever uma história que mostrasse a importância da vacinação para os pequenos e o principal, não doi!

Pedido feito, pedido aceito! A Dadá, gentilmente, escreveu uma linda história. João e o dia da vacinação.

Agora com a história prontinha, chegou a hora de preparar o ambiente. 
Os personagens da história ganharam carinha e vida pela mãos da Soraia que é Agente de Proteção Ambiental. E pensando no meio ambiente, foi usado material reciclado! 




No dia combinado, na "Escola Infantil Pitukinha", Arlete, Soraia, Michele (Fonoaudióloga) e Simone (Assistente Social) começaram a narrativa. Durante a história,  enfermeiro e auxiliar de enfermagem faziam o procedimento da vacinação e as crianças voltavam para a atividade. 



 



E assim, foi durante tarde do dia 15 de junho. 

Histórias para animar. E Vacinação para proteger!

Na manhã seguinte, Arlete esteve na escola e foi abordada pelas crianças que estavam chegando para a aula. E a pergunta feita a surpreendeu: "Você vai contar história hoje de novo?"

Agradeço, mais uma vez, a Dadá pela parceria! 

Só lembrando! A segunda etapa da vacinação, contra  Pólio para crianças de 0 a 7 anos, será no dia 13/08, ok? Anota na agenda!


Ate a próxima!
Elaine Cunha



quarta-feira, julho 6

Arrastão Junino

Se você ouvisse a frase: "- Eita, lá vem o arrastão?" O que você faria?

* Opção 1 - Sairia correndo para bem longe?
* Opção 2 - Correria para participar?

Minha opção sempre é a segunda. Sabe por que? Porque este arrastão é do bem!

Arrastão é nome da festa temática onde nosso grupo de contadores  de histórias se reune para levar às crianças hospitalizadas o que temos de sobra: amor, alegria e prazer pela leitura.

E o Arrastão desta vez aconteceu no último sábado, 2 de julho. Foi o Arrastão Junino! Desta ez, eu não compareci. Estava no curso lá na Biblioteca Hans. Mas não podia deixar de registrar o trabalho dos amigos contadores que realizaram uma manhã de festa. 

Com direito a roupa típica de matutos, com muita alegria, visitaram as crianças pelos andares do hospital. Levaram música, festa e ainda estimularam a leitura. 

Fiquei muito feliz quando conversei com Arlete, nossa contadora-líder. Ela falou da emoção de ouvir do médicos dizendo para todos os contadores entrarem nos quartos para cantar; da equipe multi-disciplinar cantarolando as músicas por onde o grupo chegava; de uma mãe que saiu do setor da hemodiálise para gravar a ação do grupo e pelo brilho nos olhos das crianças ao receberem os seus kits leitura. Ah, isto não tem preço!





Contadores de Histórias e os Violeiros

Tenho certeza que todos saíram de lá com sentimento de missão cumprida. E agora, é planejar o próximo arrastão. Eu estarei lá! Porque este arrastão só faz bem!

Veja também o Arrastão de Natal e o do Carnaval.

Até a próxima!
Elaine Cunha

segunda-feira, julho 4

O Casamento do Mané Bocó

Ah, na última aula do curso lá na biblioteca, ganhei da querida Roseli um livro m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o!

"Histórias de bobos, bocós, burraldos e paspalhões" do Ricardo Azevedo, pela editora Ática é pura diversão. São seis narrativas onde os heróis são bem diferentes do que costumamos encontrar nas histórias. Eles são totalmente fora dos padrões. São heróis cheios de atrapalhadas, falam muita bobeira. quase sempre sem pé nem cabeça.

Eu me deliciei com as histórias. Li o livro ainda no metrô voltando para casa. E me peguei rindo sozinha! Compartilho uma das narrativas.


"O Casamento do Mané Bocó"

   Era uma vez uma viúva. Seu filho, conhecido como Mané Bocó, tinha um bom coração, mas vivia fazendo besteira e aprontando as piores atrapalhadas. Preocupada, a pobre mulher não sabia mais o que fazer.
   Um dia, mandou o filho vender verdura na cidade.
- O preço da cesta é dez reais - explicou a mulher. - Mas, filho, tome cuidado pra não ser enganado. A cidade está assim de espertalhões. Não vá fazer negócio com gente que fala muito!
    Mané Bocó prestou atenção nos conselhos da mãe, pegou a cesta de verdura e partiu. Ficou circulando pelo mercado, olhando e escutando as pessoas, sem a coragem de oferecer a verdura. Por ali, todo mundo falava demais. Quando passou na frente da igreja, viu a imagem de um santo parado no altar. Mané Bocó pensou que o santo fosse o dono da casa. Olhou mais. Notou que a estátua falava pouco e tinha uma cara de ser pessoa honesta. No fim, o filho da viúva tomou coragem e se aproximou.


    - Quer comprar verdura?
    O santo, de madeira, não respondeu nada. Mané Bocó perguntou de novo. Apesar do silêncio, achou que a imagem estava interessada nas verduras. 
    "Quem não diz não, diz sim", pensou Mané.
    Colocando a cesta na frente do santo, avisou que a verdura custava dez reais. A imagem ficou na mesma.
    - São só dez reais! - gritou Mané Bocó.
    Como a estátua continuou muda, o rapaz largou a cesta de verdura ali mesmo e foi embora. Avisou que voltava no dia seguinte. 
   Ao ver o filho chegar em casa sem a cesta, a viúva quis saber onde estava o dinheiro. 
   Mané Bocó explicou que receberia o pagamento no dia seguinte, sem falta. 
   A mulher ficou danada da vida. 
   Eu não disse? Já sei que levaram você no bico. Já sei que você foi enganado mais uma vez. Onde já se viu deixar a mercadoria e voltar sem o dinheiro!
   Mas Mané Bocó garantiu que o homem não era do tipo enrolão. Contou que o tal falava pouco, tinha cara de ser pessoa séria e ainda por cima era rico. 
   - Precisa ver a cada dela, mãe! Mora no centro da cidade, num castelo enorme com baita jardim em volta! A sala de visitas tem cadeira para mais de duzentos convidados. As paredes são pintadas de dourado. E as pinturas, mãe? E as colunas? Até a torre com relógio e sino a casa do homem tem!
    No dia seguinte, Mané Bocó acordou cedo e voltou à cidade  para cobrar a dívida. Encontrou o santo no mesmo lugar. A cesta de verdura, porém, havia desaparecido. 
   Mané Bocó sorriu:
   - Já vi tudo! Pelo jeito seu jantar ontem foi sopa de verdura!
   O santo nem piscou.
   - Vim pegar o dinheiro, moço. 
   A estátua não mexeu um músculo. 
  - Vim pegar meus dez reais, seu moço! - disse o bocó. E um pouco mais alto:   - O dinheiro é pra minha mãe!
  Como o santo não dissesse nem sim nem não, Mané Bocó achou que ele era surdo, colocou as duas mãos na boca e berrou na orelha da imagem:
   - Cadê meus dez reais?
   Diante da indiferença do outro, o filho da viúva acabou perdendo a paciência.
   Vai ficar aí parado com essa cara de peixe morto?
  Agarrou o santo pela garganta:
  - Passa o dinheiro logo, mocorongo lazarento!
  No fim, partiu para a ignorância.
   - Vai pagar nem que seja no tapa!
  Ouvindo aquele berreiro, o sacristão saiu da sacristia e deu com Mané Bocó engalfinhado com a estátua, os dois lutando e rolando no cão da igreja. No meio da pancadaria, um cofrinho cheio de esmolas caiu, espalhando as moedas no chão. 
  - Escondendo dinheiro debaixo da saia, safado sem-vergonha?
  E acertou um soco no olho do santo. O sacristão pulou no meio da briga. 
  Foi um tal  de empurra de cá, dá murro dali, dá chute de lá e dá pancada daqui. Num golpe de mestre, Mané largou o santo no chão, acertou uma cabeçada no sacristão, catou o dinheiro das esmolinhas e saiu correndo. 
   Chegou em casa nervoso e foi contando tudo à mãe. 
   Disse que dono do castelo, um homem rico, baixinho e musculoso, duro feito um pau, tinha comido sopa de verdura no jantar, mas não quis saber de pagar a conta da jeito nenhum. Contou que exigiu o pagamento, mas que o homem nem ligou; só ficou quieto, fingindo que estava pensando em outro assunto . O filho da viúva explicou que acabou perdendo a cabeça, que agarrou o homem pelo pescoço e que, então, o sujeito chamou um guarda. 
  Eram dois contra um, mãe, mas eu lutei pra valer! - gritou Mané Bocó estufando o peito. - Precisava ver! Bati, cuspi, espremi, torci, quando ele deixou o dinheiro cair de debaixo da roupa e eu fugi!
  A viúva ficou admirada e confusa diante daquela história.
  Tempos depois, mandou o filho cortar um pouco de lenha. O rapaz foi mas, no caminho, cismou de pensar na vida e ficou distraído. Passou o resto do dia de papo para o ar, deitado debaixo de uma árvare.
  Ali perto, corria um riacho. Brincando de saltar o ar, um peixe tantas fez que acabou caindo fora da água. 
   Mané Bocó correu e pegou o bicho. Sua ideia era levá-lo de presente para a mãe comer no jantar. 
   Acontece que o tal peixe sabia falar: 
   - Por favor, Mané, não faça isso! Veja minha situação: sou casado e pai de família. Tenho sete filhos pra cuidar. Me deixa voltar pra casa! 
   Mané Bocó pensou na peixa, mulher do peixe, nadando desesperada, gritando o nome do marido. Imaginou os setes peixinhos vestido de luto, chorando de saudade do pai. Com lágrimas nos olhos, pegou o bicho, beijou e jogou de volta no rio.
   O que o Mané Bocó não sabia é que aquele peixinho era mágico. 
   Assim que o mergulhou na água, fez uma reviravolta, botou a cabeça pra fora e disse: 
   - Muito obrigado, amigo! Quando precisar de mim é só gritar "Peixinho, peixão, vem aqui dar uma mão!". Depois, faça o pedido que quiser. Pode ser qualquer coisa!
   Disse isso, despediu-se e desapareceu no azul da correnteza.
   Ao perceber que a noite estava caindo, Mané Bocó deu um tapa na testa. Lembrou-se da lenha para cortar. Imaginou a mãe furiosa sem ter o que acender o fogão. Pensando nas palavras do peixinho, resolveu experimentar:
   - Peixotinho, peixotão, vem aqui dar um mamão! - gritou ele. E completou: - Corte um pouco de lenha para mim!
   Infelizmente, não deu certo.
   Mané Bocó desconfiou que devia ter dito alguma palavra errada. Tentou de novo. 
   - Peixinho, peixão, vem aqui me dar um mamão! - gritou ele. E completou: - Corte um pouco de lenha para mim!
   Foi a mesma coisa que nada. 
   Mané Bocó resolveu tentar pela última vez. Fez força, concentrou-se, apertou os olhos, respirou fundo, pensou, caprichou, lembrou e gritou:
   - Peixinho, peixão, vem aqui dar uma mão! - e pediu a lenha. 
   Inesperadamente, o machado ficou de pé sozinho e saiu voando. Em poucos minutos, apareceu um feixe de lenha na frente do rapaz. A lenha já vinha até amarrada!
   Mané Bocó gostou do serviço, colheu um punhado de flores para dar a mãe e montou no feixe de lenha.
 - Peixinho, peixão, vem aqui dar uma mão! Me leva voando de volta para casa!
   Na mesma hora, o monte de lenha levantou voo e saiu cortando o espaço. 


  Perto dali, vivia uma princesa que nunca ria. O rei, seu pai, andava preocupado com a tristeza da filha e até já tinha feito uma promessa. Quem conseguisse arrancar um sorriso da menina receberia a sua mão de casamento. 
   Naquela tarde, a princesa estava na janela do castelo, com cara amarrada de sempre. 
   Mané Bocó passou na frente da janela, montado no feixe de lenha  voador. Ficou admirado. Nunca tinha visto uma pessoa tão bonita na vida. 
   Ao dar com aquela figura voando no céu, sentada um monte de lenha segurando o buquê de flores, a moça arregalou os olhos e teve um ataque de riso. 
   Mas Mané não gostou nem um pouco. Achou que a princesa estivesse rindo da cara dele. Do meio da tristeza, nasceu uma ideia. 
    - Peixinho, peixão, vem aqui dar uma mão! - gritou ele, enfezado. - Quero que a moça bonita da janela do castelo tenha um filho meu!
   Pediu isso e desapareceu boiando no céu roxo do fim da tarde. 
   Passou um tempo e a princesa começou a ficar barriguda. Médicos e especialistas foram chamados para examinar o caso daquela barriga que crescia e crescia a cada vez mais. Ninguém entendia que tipo de doença era aquela. É que a doença não era doença. Nove meses depois, nasceu um lindo menino. A criança era, sem tirar nem pôr, a cara de Mané Bocó. 
   O rei não se conformava. Queria saber como aquilo tinha acontecido. A princesa não conseguia explicar nada, em coisa nenhuma.
   - Isso não pode ser! - Dizia o soberano.
   E cada mais furioso, decretou que queria porque queria saber quem era, afinal, o pai da criança. 
   Soldados e patrulhas saíram pelo reino procurando e perguntando. Cartazes colados nas ruas ofereciam uma recompensa para quem dissesse ou desse alguma pista sobre o pai do neto do rei. Nenhuma pessoa conseguiu informar nada sobre o assunto.
   Como Mané Bocó não sabia ler nem escrever, não viu o cartaz nenhum e continuou com sua vidinha de cortar lenha, pensar na vida e, de quando em quando, fazer alguma besteira. 
   Um dia, sem querer, viu um burrinho recém-nascido mamando numa burra e teve uma lembrança. Pensou que seu filho com a moça bonita da janela do castelo talvez já tivesse nascido. Ficou emocionado. Sentiu que precisava visitar a criança. 
   Colheu um punhado de flores do campo, encheu uma cesta com leite, mel e frutas coloridas e montou no seu burro de estimação. 
    - Peixinho, peixão, vem aqui dar uma mão! - gritou ele. E completou:
   - Me leva voando para a casa da moça bonita da janela do castelo!
   A princesa gostava da criança, mas não conseguia entender como aquilo tinha acontecido. 
   Naquele dia, estava na janela com a mesma cara amarrada de sempre. Ao ver Mané Bocó boiando no céu sentado no burro, carregado de flores e frutas, a moça arregalou os olhos e caiu na gargalhada. 
   Ao escutar a filha, o rei correu para ver o que estava acontecendo.
   Enquanto isso, o burro voador deu uma cambalhota no espaço, relinchou, deu coices no ar, planou, atravessou a janela e aterrissou dentro do quarto da princesa. 
   Amarrando o burro no pé da cama, Mané Bocó olhou para a princesa e declarou que era o pai da criança. 
   - Mas como? - gritou a moça, colocando as mãos no peito.
   O rei olhou o bebê e olhou Mané, A cara de um era o focinho do outro! Furioso, mandou chamar os guardas.
   - Prendam este homem?
   - Mas como? - perguntava a princesa, agarrando Mané Bocó pelo braço. 
   E Mané:
   - Como sim! Mas só quando estou com fome!
   E a princesa:
  - Você quer acabar com a minha felicidade?
   E Mané: 
   - Feliz cidade? Você acha?
   E o rei: 
   - Quero ele amarrado com corda!
   E Mané:
   - Claro que concorda! A criança é a minha cara!
   A princesa já foi ficando com vontade de rir. 
   Assim é difícil - disse ela.
   E Mané:
   - Edifício?
   E o rei:
   - Palhaço! 
   E Mané: 
   - Palácio? Prometo fazer um bem bonito para gente morar!
   E a princesa ameaçou um sorriso: 
   - Que trapalhão!
  - E Mané:
   - Trabalhão coisa nenhuma. Quer ver?  
   E gritou:
    - Pixotinho, pixotão, vem aqui dar uma mamão! Faz um palácio em cima daquele morro. 
   Não aconteceu nada, mas Mané já estava acostumado e tentou de novo: 
    - Peixinho, peixão, vem aqui dar uma mão! - E pediu o palácio.
   O espanto foi geral. No alto do morro, em frente ao castelo real, surgiu um lindo palácio prateado. 
   O queixo do rei só não caiu da cara porque estava preso pela barba. Perguntou ao moço que história era aquela de "peixinho, peixão".
   Mané Bocó contou o caso do peixe mágico que um dia tinha saltado fora da água.
   E o rei:
   - Então peça para ficar mais inteligente. 
   E o Mané:
    - Peixinho, peixão, vem aqui dar uma mão! Quero ficar entre a gente!
   E o rei:
   - Não é nada disso!
   E a princesa:
   - Peça para ficar mais esperto!
   E o Mané: 
    - Peixinho, peixão, vem aqui dar uma mão! Quero ficar mais perto!
   E pegou a mão da princesa. 
  A moça deu um sorriso bonito. Estava gostando cada vez mais do jeito do Mané Bocó.
  Feliz por ver a sua filha toda risonha, o rei, desistindo de tentar convencer o rapaz a fazer qualquer coisa, achou melhor preparar o casamento logo. 
   Antes de mais nada. Mané Bocó mandou o burro voador ir pegar sua mãe. Depois, casou-se com a princesa numa linda festa que durou três dias e três noites. Dizem que os dois foram muitos felizes.


E aí, gostou da história? Quando eu a li, senti como seu eu estivesse lá no quintal da casa de minha avó, sentada no chão!

Até a próxima!
Elaine Cunha

sexta-feira, julho 1

Chegou o mês preferido da criançada! Parte 1


Chegou o mês preferido de muitas crianças e adultos: julho!
Chegaram as férias! Tempo de ficar de pés pro ar!

Ah, nada mais gostoso para as crianças ter momento de descontração, de descanso e muitas brincadeiras. E nada mais trabalhoso para os pais ter crianças desocupadas em casa, não é?

Então, vamos lá. Mãos à obra! Você, papai, mamãe, vovô, vovô, titio e titia, vamos juntar forças para otimizar este período. Vamos? 


Programação para o final de semana!


* Livaria da Vila com excelentes opções de contação de histórias, oficinas e muito mais. Acessa aqui e veja por o calendário dividido por loja.

* Até onde o vento me levar  com Grupo Pasárgada
Cada personagem aborda o tema de meio ambiente, qualidade de vida e cidadania através de suas próprias características. Encenação baseada no livro: "Até onde o vento levar" de José Geraldo Rocha. Dia 2 de julho (sábado) as 16horas: Local Biblioteca Hans Christian Andersen

Inscrições Abertas para O Recreio nas Férias 2011
Crianças e jovens entre 4 e 16 anos já podem se inscrever para as atividades da 22ª edição do programa Recreio nas Férias. Veja mais aqui

*Tum Pá
O espetáculo é uma jornada através de sons e movimentos, uma experiência inventiva e única que brinca com o corpo da cabeça aos pés. O trabalho desperta a escuta e a busca pelos sons do mundo através do corpo, valorizando a música brasileira.
Estreia dia 2 de Julho (sábado). Temporada até 7 de Agosto. Local: TUCA - Teatro da Universidade Católica

*A Ciranda do Villa - Teatro nos Parques
Nossa história começa quando o pequeno e curioso Tuhu – apelido dado a Heitor Villa-Lobos em sua infância – se entusiasma para conhecer o mundo. Ao receber a visita de Tia Fifina e sua trupe, o menino deseja viajar, mas seus pais o impedem, em função da pouca idade.
Dia 2 de Julho (sábado). Local: Parque Villa-Lobos 

*Pedro e o Lobo
A obra de Sergei Prokofiev ganha uma adaptação brasileira repleta de bonecos, poesia, danças e até uma orquestra formada por 30 músicos da Orquestra Filarmônica Infanto-Juvenil de São Paulo, assinada pelo diretor Márcio Araújo (responsável pela direção de programas como "Cocoricó" da TV Cultura, "Zapping Zone" do Disney Channel e "Band Kids" na Band).
Dia 2 de Julho (sábado). Local: Praça Victor Civita  

*Medinho Medão
A trama conta a história de Rafa, que como muitos meninos urbanos, sofre com a ausência de seus pais, que trabalham muito e estão sempre ocupados. Num dia em que todo mundo esquece de buscá-lo na escola, em sua solitária espera, Rafa cai no sono; seu sonho o leva para um lugar diferente, onde começa a entender que ter medo não é uma vergonha e acabar com ele pode ser um desafio, além de muito divertido.
Estreia dia 2 de Julho (sábado). Temporada até 18 de Setembro. Local: Teatro Viradalata

*Carnaval dos Animais
Animais do mundo todo se encontrarão no espetáculo Carnaval dos Animais. De dinossauros a peixinhos, todos os animais encantarão adultos e crianças nessa montagem inédita da Cia Imago.
Dia 2 de Julho (sábado). Local: Teatro Bradesco - Bourbon Shopping

*Cachinhos Dourados
Após discutir com os pais, a pequena garota encontra na mata ursos muito divertidos, que irão ensiná-la o verdadeiro significado da palavra família.
Dia 2 de Julho (sábado). Local: Raposo Shopping

*Branca de Neve e a Revolta dos Brinquedos
A peça conta a história da menina Rosinha que ganha a boneca Branca de Neve no dia de seu aniversário. Ela tenta dar vida à boneca com a força da imaginação, mas quando vê que não consegue, se irrita e resolve descontar sua raiva em seus brinquedos.
Estreia dia 2 de Julho (sábado). Temporada até 30 de Julho. Local: Teatro Plínio Marcos - Sala Linneu Dias

*Palavra Cantada
A dupla faz Pocket Show gratuito na Livraria Cultura - Bourbon Shopping para divulgar o DVD "Vem Dançar com a Gente".
Dia 2 de Julho (sábado). Local: Livraria Cultura - Bourbon Shopping 

*Doutores da Alegria - Roda Besteirológica
Esta reunião de cenas, extraídas do trabalho diário da equipe nos hospitais, é levada ao palco bimestralmente para adultos e crianças.
Dia 3 de Julho (domingo). Local: TUCA - Teatro da Universidade Católica

*O Contador de Histórias
Um contador de histórias e seu amigo vão atrás de um tesouro de uma lenda, e no caminho, encontram duas flores tagarelas, uma árvore sábia porém dorminhoca e um pássaro irritante. Mas o que eles não sabem é que a bruxa dos mares também quer o tesouro.
Estreia dia 3 de Julho (domingo). Temporada até 31 de Julho. Local: Teatro Plínio Marcos - Sala Linneu Dias

*Saci Travesso
Um casal de fazendeiros, cansado das travessuras do Saci, resolve tomar uma providência: prendê-lo em uma garrafa e se livrar dos problemas causados pelo menino arteiro.
Dia 3 de Julho (domingo). Local: Raposo Shopping

*O Macaco Simão, Outras Histórias - Teatro nos Parques
O espetáculo é dividido em duas partes: a primeira é uma apresentação de canções infantis e histórias, com voz, flauta transversal e violão; a segunda parte conta, com bonecos, a história O Macaco e a Velha. São utilizadas músicas originais de João de Barro, o Braguinha.
Dia 3 de Julho (domingo). Local: Parque Rodrigo de Gasperi

*Chapeuzinho Vermelho - Teatro nos Parques
Tudo começa como uma grande brincadeira, onde duas palhaças descobrem um armário cheio de chapéus. Estes chapéus as conduzem por uma “viagem de brincadeiras”, onde o fio condutor é dado pela história de Chapeuzinho Vermelho.
Dia 3 de Julho (domingo). Local: Parque Lions Club Tucuruvi
 

São opções para este final de semana, tá certo? Tudo aqui em Sampa. Observe que muitas delas continuarão no mês inteiro de julho. 

Se você tiver mais dicas de outras cidades, escreve aqui também, tá?

Até a próxima!
Elaine Cunha