sexta-feira, abril 6

O Coelhinho que não era de Páscoa



Vivinho era um coelhinho. Branco, redondo, fofinho. Todos os dias Vivinho ia à escola com seus irmãos. 

Aprendia a pular, aprendia a correr... Aprendia qual a melhor couve para se comer.

Os coelhinhos foram crescendo, chegou a hora de escolherem uma profissão.

Os irmão de Vivinho já tinham resolvido: 
- Eu vou ser coelho de Páscoa, como meu pai.
- Eu vou ser coelho de Páscoa, como meu avô.
- Eu vou ser coelho de Páscoa, como meu bisavô.

E todos queriam ser coelhos de Páscoa, como o trisavô, o tataravô, como todos os avôs.

Só Vivinho não dizia nada. Os pais perguntavam, os irmãos indagavam:
- E você, Vivinho? E você?
- Bom - dizia Vivinho - eu não sei o que quero ser. Mas sei que não quero ser coelho de Páscoa. 

O pai de Vivinho se espantou, a mãe se escandalizou: 
- OOOOOHHHHH!

Vivinho arranhou uma porção de amigos: o beija-flor Florindo, Julieta, a borboleta, e a abelha Melinda.

- Onde é que já se viu coelho brincar com abelha? - Os irmãos de Vivinho diziam.

Os pais de Vivinho se aborreciam:
- Um coelho tem que ter uma profissão. Onde é que vamos parar com esta vadiação?

- Não se preocupem - Vivinho dizia - estou aprendendo uma ótima profissão. 
- Só se ele está aprendendo a voar - os pais do Vivinho diziam. 
- Só se ele está aprendendo a zumbir - os irmãos de Vivinho caçoavam. 

Vivinho sorria e saía, pula-pulando para se encontrar com seus amigos. 

O tempo passou. A Páscoa estava chegando. Papai e Mamãe Coelho foram comprar os ovos para distribuir. Mas as fábricas tinham muitas encomendas. Não tinham mais ovinhos para vender. Em todo lugar a resposta era a mesma:
- Tudo vendido.Não temos mais nada...

O casal Coelho foi a tudo que foi fábrica da floresta.
Do seu Antão, do seu João, do seu Simão.
Tudo vendido.Tudo vendido. Tudo vendido.
Do seu Veloso, do seu Matoso, do seu Cardoso.
Tudo vendido.Tudo vendido.Tudo vendido.
Do seu Tônio, seu Pretrõnio, seu Sinfrônio.
Tudo vendido.Tudo vendido.Tudo vendido.

Mas a resposta era sempre a mesma: Tudo vendido, seu Coelho, tudo vendido...

Os dois voltaram para casa desanimados.
- Ora essa, isso nunca aconteceu...
- Não podemos desapontar as crianças...
- Mas nós já fomos a todas as fabricas. Não tem jeito não...

Os irmãos do coelhinho estavam tristes:
- Nossa primeira distribuição... Ai que tristeza no coração!...

Vivinho vinha chegando com Melinda. 
- Por que não fazemos ovos nós mesmo?
- E que nós não sabemos. Coelho de Páscoa sabe distribuir ovos. Não sabe fazer. 
- Pois eu sei - disse Vivinho. - Eu sei.
- Será que ele sabe? - Disse o pai.
- Ele disse que sabe - Disseram os irmãos
- Ele sabe, ele sabe! - Disse a mãe
- E com quem você aprendeu? - Perguntaram todos.
Com meus amigos. Eu não disse que estava aprendendo uma profissão?
- Pois eu aprendi a tirar o polén das flores com Julieta e Florindo. 
- E Melinda é a maior doceira do mundo. Me ensinou a fazer tudo o que é doce...

A casa da Família Coelho virou uma verdadeira fábrica. Todos ajudavam: Papai Coelho, Mamãe Coelha, os Coelhinhos...
E os amiguinhos também: Florindo, o beija-flor, Julieta, a borboleta e Melinda, a maior doceira do mundo...
E era Vivinho que comandava o trabalho.

E quando a Páscoa chegou estavam todos preparados. As cestas de ovos estavam prontas. E os pais de Vivinho estavam contentes.
A Mãe de Vivinho disse:
- Agora, nosso filho tem uma profissão.
E o Pai do Vivinho falou:
- Cada um deve seguir a sua vocação!




2 comentários:

  1. Oi Elaine, aqui nós somos fãs da Ruth Rocha. Temos vários livros dessa coleção mas não temo esse. Gostei muito da história e da dica.

    Passei aqui para desejar uma páscoa recheada de amor para vocês.
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Chris,
    uma história linda e sensível, não é?
    Boa temática a se trabalhar!

    Espero que sua Páscoa de vocês tenha sido fantástica!

    Abraços,
    Elaine Cunha

    ResponderExcluir

A conversa sempre continua aqui nos comentários! Comenta aí! E vamos "trocar figurinhas"

Abraços!
Elaine Cunha