Quando eu penso em contador de histórias tradicional - aquele cuja construção do saber se dá no cotidiano de suas comunidades, para as quais a oralidade tem um papel fundamental na preservação e transmissão do saber - eu logo penso no Sr Geraldo Tartaruga.
A primeira pessoa que me falou dele foi o Giba Pedroza, no curso da Biblioteca Hans que fiz no ano passado. O Giba tem um carinho imenso pelo “Seu” Geraldo e logo, fiquei muito instigada a ouvir uma narrativa dele. Fiquei feliz quando o Giba falou de um projeto lançado pelo Itaú Cultural chamado “Te dou minha palavra” onde vários contadores narraram alguns contos. E lá estava o Sr Geraldo, lógico.
Mas feliz mesmo eu fiquei quando minha amiga Dora Estevez (que teve um encontro mágico com Sr Geraldo) me presenteou com CD de histórias produzidos pelo contador de histórias.
Este jeito único de narrar histórias dele é fantástico. É coisa de contador de história mesmo. Das antigas. Daquele que , sentado na cadeira, no final da tarde, sol caindo… lua quase subindo, todos sentados ao redor só curtindo, faz todo mundo viajar nas suas palavras.
Tudo isto me lembrou as tardes gostosas que eu passava junto a minha avó materna e minha biza. É tão bom ouvir “a voz da sabedoria”! Até hoje eu me divirto quando meus pais me contam o episódio da enchente que aconteceu em Recife no ano de 1975 (eu ainda era projeto de gente!). A notícia falsa de que “Tapacurá Estourou” (barragem construída para proteger)seguiu pela cidade de forma avassaladora. Até hoje, alguns mais velhos, ainda acreditam que notícia foi verdadeira.
Sabe, eu vou te dizer, se procurarmos bem, lá no fundinho… sempre haverá um bom contador de história pertinho de nós. Sei que você até conhece alguns também! Sabe o por que? Porque nos contam histórias de nossas vidas! Sempre!
É ou não é?
Até a próxima!
Elaine Cunha
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Elaine Cunha